quarta-feira, 30 de setembro de 2009

PERSONALIDADE VIRGINIANA



Tome-se um viriginiano no dia seguinte de uma festa. Ele não terá ressaca, naturalmente - bebeu e comeu com moderação. Uma amiga vai visitá-lo, e pergunta sobre a noitada. "Nós éramos quatro casais e três avulsos, eu e dois jornalistas cariocas. Os casais eram fulano e fulana, beltrano e beltrana, os anfitriões, mais dois jovens recém-chegados de Toronto. Por causa deles, falou-se inglês quase a noite toda. O sotaque dos jornalistas era sofrível. Beltrano escorregava nos erres. A moça de Toronto usava uma pulseira com duas serpentes entrelaçadas e os olhos da serpente eram da mesma cor dos brincos, e o marido estava de tênis e gravata. Um dos jornalistas acendia um cigarro a cada sete minutos e meio, o outro sempre botava duas pedras de gelo a mais no seu uísque. Fulana agora está com a mania de cruzar e descruzar as pernas sem parar, e o anfitrião ultimamente só anda ouvindo jazz, muito favorecido, alías, pela posição das caixas de som, que estava, à esquerda do..." A amiga interrompe: "mas sobre o que vocês falaram?" "Generalidades", ele diz, continuando a descrição da aparelhagem de som. "Mas pelo menos dá para me dizer se a festa estava boa?", a amiga se impacienta. "Como?", ele parece acordar de um sonho. "Você gostou?" "Ah", conclui o virginiano, "não tive tempo de pensar nisso, mas notei que as estantes estavam cheias de poeira." À primeira vista, o virginiano pode parecer um chato, mas ninguém na festa achou isso. Ao contrário, foi o único de quem todos, igualmente, gostaram, porque ele estava tão ocupado em reparar no ambiente que mal incomodou os outros com sua presença. Assim é o virginiano: um grande observador e classificador da vida, o Sherlock do zodíaco, sempre munido da lente de aumento capaz de detectar o menor detalhe. Às vezes um ou outro pormenor lhe escapa, como quando ele é incapaz de dizer se, no conjunto, a festa estava boa ou má. Para o virginiano, o mundo é um extraordinário maquinismo suíço, e ele prefere desmontar e analisar o relógio a perguntar que horas são. É por isso que eles são insubistituíveis. Sem eles, estes Darwins da vida social, maníacos por classificações, obsessivos por detalhes, o mundo perderia muito de suas nuances invisíveis a olho nu.

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DOENÇAS:É sensível a doenças na região abdominal, no intestino delgado e nas mãos. A desnutrição, a má assimilação alimentar e a dificuldade de eliminação são reações tipicamente virginianas. Como resultado, ele pode tornar-se melancólico, irritável,
ansioso em trabalhos intelctuais e fixado em detalhes. TERAPIAS:Como o virginiano enxerga muito de perto, tende a tornar-se um cético. Como seu afiado senso crítico não poupa nada nem ninguém, pode ocorrer o efeito-bumerangue, e ele se tornar um auto-demolidor. Como não há mecanismo mais complexo e extraordinário do que o corpo humano, ele pode cismar com seu relógio biológico e se tornar um hiponcondríaco. E como, finalmente, ele não tolera desordens, vai ser aquele camarada que não agüenta ver um quadro torto na parede sem endireitar, ou um cinzeiro sujo sem imediatamente levantar-se e esvaziá-lo no lixo. Com esse perfil, o virginiano jamais será vítima de psicoses violentas ou depressões prolongadas. Terá apenas muitas pequenas neuroses, neurose de limpeza, mania de doenças, desânimos cíclicos, tudo absolutamente controlável. Suas neuroses, aliás, não o incomodam tanto: importunam os outros. A maioria dos habitantes do planeta vai se infernizar com a sua mania de ajeitar os talheres a 2 cm do prato, coisa que ele considera absolutamente natural - talheres devem estar numa perpendicular exata, sempre. Que jamais um virginiano pise num consultório dum psicanalista ortodoxo. Seria horrível: além de suas obsessões naturais, ele vai contrair novas compulsões, como a compulsão para ficar analisando cada gesto seu, e descobrindo por trás dele razões ocultas. Não vai praticamente lhe sobrar tempo para viver, depois que ele adquirir esse mau-hábito. Uma terapia adequada para o virginiano seria aquela que o fizesse levantar a cabeça do detalhe e alargar seus horizontes. Uma gestalt-terapia, por exemplo, o forçaria a dizer se a festa estava boa ou um porre. Antroposofia também pode lhe fazer bem: ele aprenderá que, além do fígado, estômago e baço, há um tal de todo holístico que é bom considerar. E como um virginiano adora tomar pílulas, tratamentos homeopáticos, com dezenas de gotinhas dezenas vezes ao dia, vão lhe proporcionar uma inefável sensação de bem-estar. Tai-chi-chuan, a milenar técnica chinesa de integração do céu com a terra, pode igualmente ajudá-lo a parar com a sua mania de ver o mundo em negras fatias simétricas. De mais a mais, o tai-chi é instrutivo, ordenado e limpo. Como o virginiano é sujeito a raríssimos ataques de nervos, mas sofre constantes pequenos achaques, a técnica mais econômica acaba sendo a auto-ajuda. Manuais psicológicos de auto-realização, guias práticos para o conhecimento de si mesmo ou folhetos anti-stress podem ser consultados com a freqüência que se desejar. O virginiano é sistemático até em sua loucura, e já que livros estão sempre à sua mão, não custa lê-los.

MEU ANJO: IEIAZEL


Categoria: Potência
Pricipe: Camael
Protege os dias:28/04 - 10/07 - 21/09 - 03/12 - 14/02

Número de sorte: 4
Mês de mudança: abril
Carta do tarô: O imperador
Está presente na Terra:de 13:00 às 13:20
Salmo: 87

O Anjo:
Este anjo protege as pessoas que exercem atividades ligadas à imprensa e à literatura. Liberta da depressão e do pânico.

Influência:
Quem nasce sob esta influência, amará a leitura, as ciências e todo o conhecimento de modo geral. Terá idéias brilhantes e de destaque na sociedade, pois, por ser dotado de extrema autoconfiança, será sempre indicado para assumir postos de liderança. Compreenderá prontamente os problemas dos outros, não conseguindo dizer não aos que necessitam, mesmo sabendo que alguns deles não merecem seu auxílio. Descuidado em relação ao dinheiro, que nunca lhe faltará, pensa que por amor tudo vale a pena. Só se casará por amor, esperando que a afeição seja retribuída. Terá mente imaginativa, memória fotográfica e apesar de não aceitar muito a própria mediunidade, suas conclusões serão mais intuitivas do que elaboradas pela lógica. Poderá fazer muitas viagens e morar em vários países diferentes, mostrando em cada lugar que estiver, a riqueza de sua personalidade e a nobreza de seu caráter. Profissionalmente: Poderá obter sucesso como músico, pintor, escritor, livreiro, editor e gráfico. Através da arte, música ou pintura, libertará as pessoas de baixo astral até mesmo kármico. Defensor da cultura, poderá ser bom novelista, conselheiro ou historiador. Caso seja pintor, se encaminhará para as pinturas sensitivas e/ou abstratas.


Anjo Contrário:
Domina a gula, o desleixo com o corpo, a sujeira, o pessimismo, a prostituição, a crítica destrutiva, o complexo de perseguição e a melancolia. A pessoa sob a influência deste anjo contrário, poderá isolar-se do convívio social e envolver-se com tratamentos cosméticos ou cirúrgicos que danificam o corpo.
Este é o meu Anjo.
Salmo 87:
O seu fundamento está nos montes santos.
2 O SENHOR ama as portas de Siäo, mais do que todas as habitaçöes de Jacó.
3 Coisas gloriosas se dizem de ti, ó cidade de Deus. (Selá.)
4 Farei mençäo de Raabe e de Babilónia àqueles que me conhecem: eis que da Filístia, e de Tiro, e da Etiópia, se dirá: Este homem nasceu ali.
5 E de Siäo se dirá: Este e aquele homem nasceram ali; e o mesmo Altíssimo a estabelecerá.
6 O SENHOR contará na descriçäo dos povos que este homem nasceu ali. (Selá.)
7 Assim os cantores como os tocadores de instrumentos estaräo lá; todas as minhas fontes estäo em ti.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

SER FELIZ É POSSÍVEL.


"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
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Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios,
incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
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É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um "não". É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
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Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

Fernando Pessoa.

FOLHAS DA AMIZADE...

Existem pessoas em nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples fato de terem cruzado o nosso caminho.
Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas passarem, mas outras vemos apenas entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigo.

Há muitos tipos de amigos.

Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles.
O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o
amigo mãe. Mostram o que é ter vida.
Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós.

Passamos a conhecer toda a família de folhas,
a qual respeitamos e desejamos o bem.
Mas o destino nos apresenta outros amigos, os quais não sabíamos que iam cruzar os nossos caminhos. Muitos desses denominamos
amigos do peito, do coração.
São sinceros, verdadeiros; sabem quando não
estamos bem, sabem o que nos faz feliz...

As vezes, um desses amigos do peito estala o nosso coração e então é chamado de amigo namorado. Este dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.

Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Estes costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.

Falando em perto, não podemos esquecer dos amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, sempre aparecem
novamente entre uma folha e outra.

O tempo passa, o verão se vai, o outono se aproxima, e perdem algumas de nossas folhas.
Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é
que as que caíram continuam por perto, continuam alimentando a nossa raiz com lembranças de enquanto cruzavam o nosso caminho.

Desejo a todos vocês, folhas da minha árvore,
Paz, Amor, Saúde, Sucesso, Prosperidade...
Hoje e Sempre...
Simplesmente porque:
Cada pessoa que passa em nossa
vida é única. Sempre deixa um pouco de si
e leva um pouco de nós.

Há os que levaram muito,
mas não há os que não deixaram nada.
Esta é a maior responsabilidade de nossa vida

E é a prova quase evidente de que
duas almas não se encontram por acaso.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009


"Closer - Perto Demais": por que somos infelizes em amor?

Contardo Calligaris


Concordo com Caetano Veloso, "de perto ninguém é normal". Mas "Closer - Perto Demais", de Mike Nichols, me deixou pensando diferente: de perto, somos normais demais. O filme é uma demonstração tocante de nossas impotências e incompetências sentimentais. Se você quer saber por que, em regra, somos infelizes em amor, não perca.

Para não estragar o prazer de quem não viu o filme, nada de resumo, apenas as reflexões fragmentárias com as quais passei a noite, depois de ter assistido a "Closer - Perto Demais".


1) Por que, no meio de uma história amorosa que funciona, um encontro (que sempre parece mágico) pode levar alguém a trocar a intimidade de um casal companheiro por uma visão? Os evolucionistas dizem que os homens são infiéis por necessidade biológica. Para que a espécie continue, os machos seriam programados com o desejo de fecundar todas as fêmeas possíveis. A teoria tem uma falha: as mulheres são tão infiéis quanto os homens (embora os homens se recusem a acreditar nessa banalidade). O senso comum tem outra explicação: a paixão iria se apagando com a repetição, os humanos gostariam de novidade. Pequeno problema: a idéia de que a novidade seja um valor é especificamente moderna; no entanto a inconstância em amor é um hábito antigo. Outro problema ainda maior: na condução de nossas vidas, somos obstinadamente repetitivos. Insistimos nas mesmas fantasias e nos mesmos sintomas. Contrariamente ao que diz o provérbio, errar é divino, perseverar é humano. Por que seria diferente em matéria amorosa? Como pode ser que um encontro, em que mal se sabe quem é o outro ou a outra, contenha uma promessa que basta para levar alguém a dar um chute num amor que dura? Tento responder: apaixonar-se é idealizar o outro, durar no amor é lidar com a realidade do amado ou da amada. Antes de ponderar os charmes da idealização, duas observações. Um impasse: para manter a paixão, devo continuar idealizando o parceiro. Mas, para idealizar o outro, devo mantê-lo a distância. Se mantenho o outro a distância, renuncio aos prazeres de amor, companheirismo, cumplicidade, convivência. Um paradoxo: se me separo porque me apaixono por outra ou outro, o parceiro que deixei se distancia de mim, portanto volto a idealizá-lo e a me apaixonar por ele.


2) Por que gostaríamos tanto de idealizar o outro que vislumbramos num novo encontro? Uma nova paixão amorosa é provavelmente o sentimento que mais pode nos transformar para o bem ou para o mal. Por exemplo, se o outro me idealiza, carrego seu ideal como um casaco novo: modifico minha postura para que o pano caia bem no meu corpo. De uma certa forma, tento me parecer com o ideal que o outro ama em mim. Cada amor, quando começa, é uma aventura. Não porque encontro um novo parceiro, mas porque, ao me apaixonar, descubro ou invento um novo ideal e, ao ser amado, mudo para me aproximar do que o outro imagina que eu seja. A inconstância amorosa talvez seja a expressão imediata do desejo de mudar -não de trocar de parceiro, mas de se reinventar. Não é estranho que, na hora em que um amor começa, alguém decida se dar um novo nome. Nenhuma mentira nisso, apenas a convicção e a esperança de que a paixão nos transforme. Infelizmente, mudar é difícil: a sedução exercida pelos novos amores é uma veleidade, um pouco como as resoluções de que as coisas serão diferentes no ano que começa.

3) Dizem que um casal que se ama briga muito. O uso erótico das brigas é conhecido: a paz se faz na cama. Menos conhecido é o uso amoroso das brigas: chegar ao limite da ruptura pode ser um jeito de recomeçar, de voltar ao momento inicial da paixão, quando ambos esperavam que o amor os transformasse. Problema: ninguém sabe qual é o ponto de equilíbrio além do qual as brigas não garantem renovação nenhuma, apenas desgastam um amor que se perde. 4) Alguém se apaixona por outra pessoa porque, ele se queixa, sua parceira precisa dele. É aquela coisa: seu amor me exige demais, você me sufoca, me prende. Isso, é claro, é um jeito de dizer: com você sou sempre o mesmo. Também é uma projeção: separo-me porque não agüento minha própria dependência de você. Visto que me detesto por estar a fim de lhe pedir amor a cada minuto, acho intolerável que você me peça. Quem pensa e age assim, em geral, fica sozinho no fim. 5) Um homem volta para o lar depois de ter estado nos braços de outra. Sua mulher pergunta: você me ama ainda? Ela tem razão, é a única pergunta que importa. Uma mulher volta para o lar depois de ter estado nos braços de outro. Seu homem pergunta: você esteve com ele? Insiste: quero a verdade. Pede os detalhes: gostou? Gozou? Onde aconteceu, em que posição, quantas vezes? O ciúme feminino é uma exigência amorosa. O ciúme do homem é uma competição com o outro, um duelo de espadas, uma esgrima homossexual que tem pouco a ver com o amor pela amada e muito a ver com as excitantes lutinhas masculinas da infância. Enfim, quem sabe o filme nos ajude a inventar jeitos de amar menos desafortunados e mais interessantes.